24 junho, 2013

Um Rio e dois lagos



Na Terra Santa há dois lagos alimentados pela mesma fonte: o Rio Jordão. Ficam situados a alguns quilómetros de distância um do outro. Mas ambos possuem características bem distintas entre si. Um é o Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia ou Lago de Tiberíades. O outro é o chamado “Mar Morto”.
O primeiro é azul, cheio de vida e de contrastes, de calma e de ondas. Nas suas margens, deflectem-se as flores amarelas dos seus prados. O Mar Morto é uma Lagoa densa de água salgada em que não há vida. A água que vem do rio, ali fica estagnada. O que é que faz destes dois lagos, alimentados pelo mesmo rio, lagos tão diferentes? Simplesmente isto:
O Lago de Genesaré transmite generosamente o que recebe. A sua água, quando chega ali, parte de imediato para remediar a seca dos campos. Sacia a sede dos homens e dos animais. É uma água altruísta. A água do Mar Morto estagna-se. Adormece. É salgada. Pesada. Mata. É uma água egoísta, estagnada, inútil.
Com as pessoas, passa-se o mesmo. Recebem a vida da mesma fonte. As que vivem com generosidade, dando-se e oferecendo-se aos outros, geram vida e fazem viver. As pessoas que, com egoísmo, recebem, guardam e não repartem, são como a água estagnada, que morre e causa a morte à sua volta.
Muitas pessoas são parecidas com o Mar Morto: só recebem, acumulam, não se dão e, assim, constroem uma vida amarga, desgraçada e infeliz. São extremamente salgadas e intragáveis.
Há outras, porém, que dão e se oferecem a si mesmas com generosidade e sem nada esperar como recompensa… Estas são as pessoas mais felizes do mundo. Quanto menos partilhamos, mais pobres nos tornamos. Quanto mais nós damos, mais recebemos.

O que acumula apenas para si, chama desesperadamente pela infelicidade e esta vem ter com ele. Recebe de graça e não reparte; acumula só para si e apodrece; enquanto o que reparte, divide, planta, colhe, refloresce. Espera só em Deus e a seu tempo acontece. Aquele que reparte abre a porta à felicidade.



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