19 janeiro, 2013

Rango: quem sou eu?


Rango (Johnny Depp) é um camaleão da grande cidade que vai parar, após um acidente, em pleno velho oeste, à cidade de Poeira, no deserto Mojave, na Califórnia. De uma hora para outra, a sua rotina de animal de estimação muda radicalmente. Agora ele tem que deixar a sua vida "camuflada" para enfrentar os perigos do mundo real. O mundo real vai fazê-lo experimentar a verdadeira amizade, a inimizade, a verdade, a mentira, a preocupação pelos que ama, a doação, entre muitas outras dimensões da vida real, quando a vida é agarrada, por cada um, com determinação e não apenas com passividade.

O personagem principal sai do comodismo da vida sem sentido, para fazer uma viagem interior, uma viagem de auto-conhecimento, a qual o leva a descobrir o sentido da sua própria vida. Nesta viagem vai descobrir como é necessário sair do seu mundo para descobrir quem é verdadeiramente, por isso é que esta viagem mais do que exterior é interior. Rango deixa a sua vida quotidiana para se encontrar com o seu verdadeiro "eu". "Quem sou eu?" É a pergunta que atravessa toda a história deste camaleão, profissional em escolher a personagem que mais se adapta ao meio em que se encontra.

A descoberta do seu verdadeiro "eu", vai levar Rango a descobrir que cada pessoa tem um papel importante na sociedade e na construção da mesma, um papel muito concreto. Por mais simples que seja a nossa contribuição para a sociedade, quando ela é feita com verdade, pode provocar uma mudança no rumo da sociedade. A tradição judaica costuma dizer: "Salva um homem e terás salvo toda a humanidade". 

A vida real demonstra-nos que a melhor forma de estar, seja em que meio for, é sendo aquilo que somos verdadeiramente. E só saberemos o que somos verdadeiramente, quando permitirmos a nós próprios ouvir a interpelação que o outro me faz, na suas pobreza e fragilidade. O outro precisa da minha ajuda e clama pelo meu auxílio, mesmo quando esse outro não admite de consciência que precisa de ajuda. Tal como Rango, deixemos que a vida nos interpele e que nos leve ao encontro da necessidade do outro, dos outros; deixemos que a vida nos leve a descobrir quem realmente somos no encontro com o outro. Este encontro só tem lugar quando cada um de nós sair da sua própria casa, do mundo que construiu para si mesmo.




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