Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.
Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela vida venerável
de Frei José António da Imaculada Conceição,
vindo de outra nação para junto de nós.
Por aqui caminhou,
aqui ajuntou, serviu e amou
a Deus e a sua Mãe
a quem
o coração entregou.
Sua vida desvelou, todo inteiro se deu
e para si nada reservou.
Amava o Menino Jesus e o Santuário,
onde morreu,
Nossa Senhora e o seu Escapulário,
onde perto viveu.
E Aveiro e Viana onde rezou,
animou e celebrou e confessou.
Recordo-lhe a letra ponderada e linda,
o rosto maduro, a fronte larga e ainda
umas mãos feitas para abençoar.
Recordo-lhe o português perfeito e belo
e o anelo de aqui ficar
nesta terra que em nome do Santo Deus
ajudou a santificar.
Recordo-lhe as contas certas,
as mãos ágeis e despertas,
o gosto pela festa e de preparar
um jantar – eu bem sei –
bem digno de um rei!
Recordo-lhe a palavra ardente,
a alma silente, o olhar aceso e vivo,
o coração contemplativo e manso
e os pés de profeta sem descanso
e sem meta.
E é assim que recordo no coração
o bem-aventurado Frei José António
da Imaculada Conceição.
Recordo por fim, pois não posso esquecer
o venerável de joelhos,
diante de nós, novos e velhos,
dando-nos a derradeira lição
do dar humilde e humilde receber o perdão.
Fr. João Costa
Que saudades do P. José Antonio!... Ao ver a foto, senti-me voltar à infância... Mais um Carmelita que está bem gravado na minha historia de vida...
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