Era uma vez um choupo esbelto que crescia junto a um rio.
Era o último do choupal.
Perto dele havia uma azinheira, frondosa e sapuda.
Era a primeira de um azinhal situado numa encosta.
- Disse o choupo à azinheira:
«Como é que ficaste tão baixinha?
Eu pensava que irias crescer mais do que eu».
- A azinheira respondeu:
«Não sou baixinha.
O que acontece é que eu cresci também para baixo.
Tenho raízes fortes. Elas dão-me segurança.
Digo-te mais: até me metes dó
quando o vento sopra fortemente e te vejo a balancear. Parece que vais partir
de um momento para o outro. Porque é que crescestes assim?».
- Respondeu-lhe
o choupo:
«Eu vou sempre à procura do que é novo: novo céu, novo ar, nova luz. Se
ficar aí em baixo, abafo. Aborreço-me de estar sempre na mesma. Adoro a
novidade. Se visses a paisagem que se vislumbra aqui de cima...!»
- Disse-lhe
a azinheira:
«Olha lá: e se fizéssemos um enxerto de choupo na azinheira? Teríamos a
minha segurança e a tua novidade. Que filho tão bonito que nos sairia!».
- «Excelente!
– disse o choupo. Os agrónomos não pensaram nisso, mas nós vamos conseguir».
In Mensageiro do Menino Jesus de Praga
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