21 março, 2013

Edith Stein: o seu crescimento espiritual


VIVER O ESSENCIAL
Vamos tentar agora aproximar-nos dos elementos essenciais da vida quotidiana do Carmelo e que Edith faz seus. Fazem parte da sua vida diária. E embora não possamos penetrar na sua historicidade, podemos perceber o significado que tem para ela. Ao fim de contas, é nela que se fundamenta a sua vida e vocação no Carmelo.

A oração é elemento essencial do Carmelo, e  da vida de Edith. É razão da sua existência e a sua maneira de servir a Deus: “O nosso horário garante-nos de diálogo a sós com o Senhor, e nelas se fundamenta a nossa vida” (OC V, 564).  Já numa carta escrita nos primeiros meses no Carmelo (11 de Janeiro de 1634), escrevia: “A maioria das Irmãs, quando são chamadas ao locutório, consideram-no uma penitência. É a sempre um passo para um mundo estranho, e fica-se feliz quando se regressa novamente à paz do coro, e assimilar diante do sacrário o que foi encomendado a cada uma. Todos os dias, eu sinto esta paz como um magnífico dom da graça, que não é dado só a mim; e se alguém se aproximar de nós, abatido e cansado podendo levar daqui, alguma paz e consolação, então sinto-me muito feliz” (Ct 1069).
           
Embora a oração mental e contemplativa seja o elemento carismático centrar isso não exclui a participação na liturgia oficial da igreja, que parte integrante da vida carmelita: “O resto gira a volta desta realidade (O diálogo solitário com Deus): Rezamos a liturgia das horas com os sacerdotes e as outras ordens antigas da igreja; e este “ofício Divino ” é para nós como para eles, a nossa primeira e mais sagrada obrigação. Mas para nós esta não é base fundamental. O que Deus opera nas nossas almas durante as horas da oração interior está escondido aos olhos dos homens” (OC v, 564).              

Eucaristia  e o ano litúrgico recebem no ambiente contemplativo e comunitário do Carmelo um sabor especial, que Edith sabe captar e transmitir: “Assim o ano litúrgico é no Carmelo um rosário de lindas festas, celebradas não só no sentido litúrgico, mas também como festas familiares que se vivem numa alegria cordial e estreitam o laço do amor fraterno” (OC V, 71) as grandes celebrações dos mistérios de Cristo, como o Natal e a Páscoa, adquirem um sentido especial. A liturgia não se reduz aos momentos celebrativos, mas impregna o dia interior (cf. Modelo 189 SS.)  

As festas Marianas e Josefinas são celebradas também com grande solenidade no Carmelo. A elas junta – se a outras muito típicas da ordem, que são vividas num ambiente ainda mais familiar: Santo Elias, Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, Santa Teresinha Teresa Margarida Redi…
           
Outras duas festas adquirem um valor particular: a Exaltação da santa Cruz, no dia 14 de Setembro, o dia em que começa o tempo de jejum, e a Epifania  no dia 6 de Janeiro. Em ambas destas fazia-se a renovação comunitária dos votos. Com o passar dos anos, esta festa vai adquirir cada vez maior sentido na vida de Edith pois, em concreto, tem uma relação directa com a sua vocação pessoal.

Em suma, todos estes aspectos são como que o caminho e os meios que vão ajudá-la a viver em plenitude a entrega diária que a sua vocação implica.
           



“Ao que se entrega incondicionalmente ao Senhor, 
o Senhor escolhe como instrumento 
para instaurar o seu Reino ” 
(Edith Stein)


SANCHO FERMÍN,  F. Javier -  100 Fichas sobre "Edit Stein".  Avessadas: Edições Carmelo, 2008, p.  68 

Recolha  de Fr. Eugénio

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