2) Oração de adoração e
louvor
São aquelas orações que têm a ver com uma confissão de fé na
divindade da pessoa de Jesus e na sua actividade messiânica.
Sobre o reconhecimento e a proclamação da divindade de
Jesus, temos os seguintes textos no IV evangelho:
«Rabi, tu és o Filho de
Deus» (1,49); «Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos
e reconhecemos que tu és o santo de Deus» (6,68-69); «Eu creio, Senhor!»
(9,38); «Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao
mundo» (11,27); «Agora vemos que sabes tudo e não tens necessidade de que
alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus» (16,30); «Meu Senhor
e meu Deus!» (20,28).
No que diz respeito à confissão de fé na sua actividade
messiânica, temos estes outros:
«Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo» (1,29); «Rabi, tu és o Rei de Israel» (1,49); «Esse é,
verdadeiramente, o profeta que deve vir ao mundo» (6,14); «Hosana! Bendito o
que vem em nome do Senhor e o rei de Israel!» (12,13).
Digno de destaque nestas diversas orações de
adoração e louvor é que todas elas não ficam apenas por nos dar informações
acerca da pessoa de Jesus, mas indicam qual deve ser a atitude do cristão
diante da pessoa e da actividade de Jesus.
Como os seus contemporâneos, também nós somos
convidados a confessar a Jesus que reconhecemos nele o mestre (1,49), o Senhor
(9,38), o dador de vida (6,68), o Filho de Deus (11,27), o Santo por excelência
(6,69), o Salvador (11,27), o único e verdadeiro profeta digno deste nome
(6,14) e o único e verdadeiro rei investido de poderes divinos (12,13).
Porém, se louvamos e adoramos Jesus desta maneira,
com todos estes reconhecimentos e proclamações labiais, não devemos esquecer
que depois deles segue-se um adequado compromisso na vida.
Ao confessarmos com a boca ser Jesus o mestre,
temos, então, de nos deixar instruir por ele; se confessamos ser o Senhor,
temos, então, de nos deixar guiar por ele; se confessamos ser o nosso dador de
vida, temos, então, de dar frutos de vida; se confessamos ser o Filho de Deus,
temos, então, de nos entregar totalmente a ele; se confessamos ser o santo,
temos, então, de caminhar com ele na santidade; se confessamos ser o salvador,
temos, então, de nos deixar olhar e salvar por ele; se confessamos ser o
profeta, temos, então, de escutar a sua palavra; se confessamos ser o rei,
temos, então, de nos deixar governar por ele.
No fundo, é sempre a velha questão de devermos rezar com a nossa verdade
pessoal. E esta acontece quando as nossas palavras de louvor e adoração se
traduzem na vida e a vida se traduz nas nossas palavras!...
Pe. Vasco
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