«Deixai-vos iluminar, de facto, pela inspiração bíblica, cada vez mais
acolhida no coração e na inteligência, donde promane uma justíssima vontade», pediu
esta quarta-feira o patriarca de Lisboa aos «servidores da justiça».
As palavras de D. Manuel Clemente, publicadas no site do Patriarcado, foram
proferidas na sé patriarcal lisboeta, durante a missa de abertura do novo ano
judicial.
«Falei de “inspiração”, porque assim reconhecemos a tradição bíblica, como
foi passada a escrito pelos nossos antepassados na fé. Por isso a lemos e
relemos, para que tome bem conta dos nossos corações, como semente caída em boa
terra, que assim germina, consequente e forte», apontou.
«A partir de Deus, iremos onde a sua inspiração nos levar, sempre muito
além e até diversamente do que prevíamos», acrescentou.
O patriarca pediu aos participantes na celebração para que a Bíblia seja
para eles fonte de interpelação permanente: «E sem nos habituarmos
superficialmente a uma Palavra que, bem pelo contrário, nos desabitua e alarga
sempre».
«Inconstância ou acolhimento, eis o que determina da nossa parte a diversa
consequência da inspiração divina, no que somos ou não somos, no que decidimos
ou não e no modo como tudo isso aconteça», afirmou.
O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que no
âmbito da justiça «cada caso é um caso, mas contém sempre um ser humano, tantas
vezes para humanizar ainda e muito».
O prelado mostrou-se convicto de que os agentes judiciais são «especiais
colaboradores» do «Deus da justiça e da paz», para que estas «se pratiquem no
mundo».
«Acreditai que Deus está convosco e acreditai-vos com Deus, em confiança
profunda no que Ele quer fazer através de vós, para que a cada um seja dado o
que lhe é devido», apelou o patriarca.
D. Manuel Clemente lembrou que «a Igreja serve a sociedade como
“inspiração” e aproxima-se da justiça humana para lhe oferecer o que acredita
convictamente ser uma divina potenciação».
Rui Jorge
Martins, in © SNPC | 30.01.14
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