04 março, 2013

As crónicas de Nárnia



O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2) 

Os paralelismos entre este filme “As Crónicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” e o cristianismo são muitas. Se na primeira parte vê-se as características das personagens, nesta, quer-se descobrir algumas possibilidades do seu uso catequético. 
Jogos de espaços 

No primeiro filme de “Nárnia”, conhecemos dois mundos: o primeiro, o “real”, está inundado pela guerra e pela seriedade da casa que acolhe as crianças; pela desordem e pela ordem. No “novo mundo” de Nárnia, duas realidades se conjugam: o Inverno constante que domina a vida inundada pela força do mal e a Primavera a despertar uma nova possibilidade com cor, energia, Vida. Jadis, rainha de gelo, é a dominadora da situação permanente de invernia; Aslan é portador do colorido que o bem faz irromper no mundo das trevas de Jadis. Conforme vai ganhando espaço a novidade profética da nova era, o mundo novo vai ganhando espaço. Até ao confronto final. Frio e calor, confrontam-se, na esperança da vitória do bem sobre o mal. 

Sentido temporal 

Não são apenas os personagens, os objectos e os acontecimentos que parecem ter uma dimensão simbólica, mas também a sequência temporal (a cronologia) da história. A história de Nárnia começa em casa, num jogo de esconde-esconde, e passa-se ao novo mundo através da porta de um guarda-roupa. Mas apenas para quem acredita. Lucy, primeiro, depois os irmãos, quando surge a necessidade. É preciso fé. Também em Cristo, descobrimos a porta que nos conduz ao encontro com o Reino de Deus. Este “novo mundo” que Lucy descobre, existe “paralelamente” ao nosso mundo. Mais, antes do nosso mundo começar, vivendo na necessidade de uma redenção que termine o Inverno que o atormenta. 
No personagem Aslan, surge a imagem representativa de Cristo. Percebemos como a “mesa de pedra” simboliza o “lugar do Gólgota” no qual Cristo dá a vida pela remissão dos que são seus, oferecendo a vida em vez do “traidor” Edmund, que, mesmo arrependido, deve ser pertença de Jadis. Em troca desta pertença, Aslan oferece-se em sacrifício. Na sua entrega, pela sua vida, novos horizontes ressurgem e, nesse lugar de tormento e sacrifício, rodeado pelos personagens maléficos de Jadis, Aslan oferece-se, na certeza da redenção. E, como que ressuscitando, volta para se colocar ao lado dos que se mantiveram fiéis no campo do bem. 
A história mostra ainda a forma de usar os dons que Deus na nossa luta constante pela fé (Ef 6, 13), como a armadura da fé capacita para o discernimento e a constância na fé. Por fim, a história coloca diante de todos a importância de cada um escolher o melhor dos lados, e defender a fé até ao final, enfrentando todas as dificuldades no caminho da verdade, do amor e da vida de Deus em nós, no novo Reino de Deus em nós. 

Aplicações 

Dado o cariz deste filme, pode ser usado em diferentes circunstâncias na catequese. Perdão, fidelidade, compromisso, arrependimento, amparo mútuo, luta constante pelo bem, apoio em Jesus que por nós dá a vida, atenção a todos, são alguns dos temas possíveis de serem tratados com este filme. Aqui apresentamos algumas ideias. 

Actividade 

1. “As crónicas da nossa vida” 

As “Crónicas de Nárnia” narram a aventura de quatro irmãos e o seu papel na identidade de um mundo novo onde Deus e o seu filho Jesus se fazem presentes. Também na nossa vida há muitas circunstâncias que estão marcadas pela presença de Deus. Começando pelo nosso nascimento, pelo Baptismo, a Primeira Comunhão, em tudo o que nos acontece. A nós, cabe-nos construir nesta vida uma crónica de amor, uma resposta que corresponda ao Evangelho de Jesus na nossa vida. Podemos começar por escrever essas “crónicas” fazendo notar como Deus actua no nosso existir. 

2. “Não falhar aos amigos” 

No início do filme, há o encontro entre Lucy e Mr. Tumnos, o Fauno. O Fauno faz tudo para cativar Lucy para depois a entregar à Rainha Jadis. Não falhar aos amigos, torna-se aqui um tormento para Tumnos que sente os maiores remorsos do mundo por ter entregue Lucy. Um pouco do mesmo se passa com Edmund, que em troca de uns bombons e a promessa de poder, se entrega a Jadis, entregando, em consequência, toda a sua família. A passagem destas sequências pode gerar uma reflexão sobre a fidelidade aos outros e à nossa família. 

3. Escrever uma carta desde Nárnia 

No mundo de Nárnia, todas as coisas são diferentes. Com qual dos quatro personagens – Peter, Susan, Edmund ou Lucy – vos identificais mais? Imaginando que sois o vosso personagem preferido, procurai escrever uma carta desde Nárnia, fazendo notar o que há de especial em Nárnia. Achas que há alguma coisa ou alguém que no nosso mundo seja como a rainha Jadis? Imagina que no nosso mundo era sempre Inverno... 

4. Metáfora de Jesus em Aslan 

No filme, há uma cena simples, mas cheia de significado, que descreve os sentimentos das crianças a primeira vez que ouvem o nome de Aslan. Edmund sente medo. O Peter sente a vontade da bravura. A Susan ouve uma bela melodia. E a Lucy sente-se como no primeiro dia de férias de verão. Os diferentes sentimentos que sentem revelam as suas personalidades, o seu carácter e a sua resposta a Aslan. Aslan, pode aqui representar a Jesus. De que modo? Porquê? 

5. Bandeira dos seguidores de Aslan 

Aslan é uma personagem essencial deste filme. Para uma identificação com Aslan (uma imagem possível de Jesus), pede-se aos membros do grupo para fazer uma bandeira que identifique os seguidores de Aslan. 

Materiais: 

- Dois paus: um com 30 cm, outro com 70 cm 
- Pano com 28cmx60cm 
- Tintas de água 
- Tesoura 
- Fio para prender os paus em cruz e a bandeira aos paus 

Com os dois paus, faz-se uma cruz. A ideia é criar uma bandeira de estilo “medieval” com os símbolos dos seguidores de Aslan. Depois pinta-se a bandeira e prende-se nos dois paus em cruz tal como indica o esquema. 

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