Que
alegria sentiu aquele viajante quando viu ao longe o oásis!
Já
tinha percorrido centenas de quilómetros sobre as areias de uma imponente
planície desértica.
À sombra de algumas palmeiras, os habitantes pareciam um paraíso de felicidade:
as crianças brincavam, as mulheres cumprimentavam sorridentes e os homens passavam
as horas em agradável convívio.
Se
antes o nosso viajante imaginava como único paraíso a sombra e a água, agora
acabava de descobrir que a felicidade também está, e cresce com o acolhimento,
a comunicação e as relações amigáveis.
Aquele
ambiente pareceu-lhe tão extraordinário que quis conhecer a sua razão de ser.
Ao ver um velho que brincava com uma criança perguntou-lhe: «Oiça, procuro um
lugar agradável para viver. Como são as pessoas desta terra?». O venerável
ancião não lhe respondeu, mas perguntou por sua vez: «e como são as da sua
terra?».
O
viajante, respondeu um pouco aborrecido: «As pessoas da minha terra são
egoístas, desconfiadas e pouco credíveis». «Pois, aqui as pessoas - disse o
ancião – são muito parecidas com essas».
O
viajante, decepcionado, disse para consigo: «Nem tudo o que reluz é ouro. Mais
vale ir procurar outro oásis».
Mas
eis que algumas horas mais tarde, casualmente, chegou outro viajante que, ao ver o
mesmo espectáculo, fez a mesma pergunta. E o ancião, por sua vez fez também a
sua pergunta: «como são as da sua terra?».
O
novo viajante lembrou, radiante de alegria, as pessoas da sua aldeia como pessoas
cheias de bondade, de boa vizinhança, de alegria e de
solidariedade…recordava-as com grande carinho.
O
ancião respondeu com o mesmo tom: «Pois, aqui as pessoas também são assim, são
muito parecidas».
O
viajante foi-se embora contente por ter encontrado tanta gente boa e feliz.
Quando ficaram a sós, a criança perguntou admirada ao ancião porque é que
respondeu do mesmo modo a pessoas tão diferentes.
O ancião, com ar afável e
misterioso, respondeu-lhe: «Não fugi à verdade. O bem e o mal não estão fora,
mas dentro de cada um. Costumamos ver com os olhos do coração. Quem desconfia
das pessoas no lugar onde vive, também desconfiará no lugar para onde for».
In Parábolas de Hoje
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