Daniel fazia sozinho o caminho de Santiago de
Compostela, uma das peregrinações mais concorridas da Europa, quando foi
apanhado por uma tempestade.
Tom, seu pai e médico norte-americano, é
imediatamente comunicado do falecimento do filho e desloca-se a França para
recuperar o corpo.
Enquanto remexe na bagagem de Daniel e nos seus
preparativos para aquela viagem, decide fazê-la ele próprio, no imediato,
deixando toda a sua vida suspensa para continuar o objetivo do filho, procurando
compreender o mundo que o inspirou e moveu para a ação.
Acarretou o desafio de não ter tempo para se
preparar, de planear as coisas, de não lutar contra a reflexão prévia das
dificuldades físicas da sua idade e carregou toda a sua bagagem (a da mochila e
a de dentro também). Com efeito, deixou-nos perceber que as emoções são
responsáveis pelas tomadas de decisão.
Durante o caminho cruza-se com outros 3 peregrinos
de vários pontos do mundo e, numa dança entre a procura da solidão e companhia,
percorrem-no juntos.
Todos eles com objetivos diferentes, com vivências
distintas mas cada um à procura do seu sentido de vida. Entre a resistência em
partilhar a sua motivação interior ou não, todos a tinham.
Não raras vezes ouvimos que a satisfação não está
em chegar ao final do caminho mas que a aprendizagem está nele mesmo. Olhar
para os lados no caminho, para tudo o que está à volta, e reposicionar a
percepção do mesmo. A busca do Caminho de Santiago de Compostela é muito rica
nisso mesmo.
“Vim para te levar para casa mas agora não tenho
nada para levar” diz Tom no final do caminho num diálogo interior para com
Daniel. Ele responde-lhe com toda a serenidade “Tem sim”. Talvez enquanto se
liberta das cinzas do seu corpo no mar tome consciência de que não nos libertamos
das emoções mas transformamo-las. Talvez também perceba que um dos grandes
ensinamentos que fazemos aos descendentes é precisamente o de ensiná-los a
caminhar. E qual será o caminho para perceber que esse objetivo foi alcançado?
“A “Terra prometida” é um caminho, uma terra que
está onde está o homem que a deseja.”
Maria Inês
Goucha, in http://www.essejota.net/index.php?civ=1&ic=uqrhuivlujvvqkshupulugvvvvqjvjvovhusvrvsqjruqqrtroslqlqjqkvtumuiupvnutrtrkvvugusql
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